Tem certas coisa, únicas, que é no Pelô que se vê! E assim foi na sexta-feira (10/06/22), no Largo Quincas Berro D'água, no encontro maravilhoso de Dão Black e Escurinho, no Projeto #Énopelô. Uma noite de música brasileira, negra e nordestina, unindo Bahia, Pernambuco e Paraíba numa festa de soul, maracatu, funk, samba reggae e muito mais do que se possa imaginar.
Escurinho abre a noite com o tambor e pandeiro, passeando em performance solo entre o maracatu e a embolada. Somente depois que a banda, de Dão, sobe ao palco para se somar à apresentação. Percussionista de repentes, de repente Escurino me sai como uma: “Feijão tá caro, o arroz tá caro e a culpa é de quem ?....”, e o povo responde em coro rimado. Depois dessa, Escurinho e público saem “quebrando os cocos”, com letras de crítica social “emboladas” pelos ritimos nordestinos. “Mesmo as mais revoltadas, são canções de amor”, comenta o mestre.
O show de Dão começa com a participação de Escurinho, com quem divide um aboio composto por ambos para a alegria dos nossos ouvidos. Mas basta um popurri de samba reggae para os nossos quadris se alegrarem também. Canto para Senegal, Faraó, Que Bloco é Esse, Brilho de Beleza e Batida do Ilê. Mas, se me permitem uma redundância, a alma de Dão é soul. E Dão dança do palco para a plateia em sua elegância sutil, pra dividir com o público a performance de Reconvexo, de Caetano Veloso. E olha que Dão ainda cantou de Tim Maia a Zé Ramalho. Deve ser por isso que o nome dele se escreve no aumentativo!
O Projeto #Énopelô, com Dão Black e Escurinho, é um patrocínio do Governo do Estado da Bahia através da Bahiatursa e faz parte da programação do Projeto Pelô da Bahia, que integra a estrutura do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia) na promoção da diversidade cultural, de forma acessível ou gratuita, nos espaços culturais do Pelourinho.
