Quem tomou coragem e enfrentou a terça chuvosa (15/03/22), apostando no “Baile na Moraes'', acabou presenteado com uma noite aconchegante ao som do melhor da música afro baiana. Também pudera, entrada gratuita, garantia de público vacinado e identificado por pulseirinhas, o Largo Tereza Batista é completamente coberto e no palco, estrelas do peso de Pablo Moraes e do Afrosambah. Diga aí, na moral! Quantos podem pular o Carnaval, com esta qualidade musical, e com o devido distanciamento epidemiológico? A galera não tava nem aí, se o cacau caísse!
Pablo Moraes foi o anfitrião que recebeu o impermeável público com uma seleção de releituras musicais à prova d’água. Começou com Roberto Carlos e “Se Você Pensa” que Pablo não homenageou o tio, Moraes Moreira, precisa ouvir o arranjo que ele criou para “Mistério do Planeta”, dos Novos Baianos. Pablo Moraes puxa um sofisticado trio elétrico formado por Anselmo Campelo no baixo, Will Wagner na bateria, e Bruno Michel na guitarra. Segue Gilberto Gil, naturalmente com “Palco”, para chegar em Caetano Veloso, com “Você Não Entende Nada” e ”Depois que o Ilê Passar”. Destaque para a eletrizante participação de Sávio Assis, na guitarra baiana em “Vida Boa”. O nome “Projeto Baile na Moraes” é uma homenagem ao tio, Moraes Moreira, que deve ter muito curtido lá de cima!
“Afrosambah Pra Você”. Aliás, o majestoso samba reggae do Afrosamba todo pra você curtir numa noite chuvosa. Quando Bira Afrosambah posicionou os percussionistas no “Palco” da Pedro Arcanjo, era certeza que o Afrosambah faria o nosso mundo melhor e a chuva ficaria lá fora. A eletricidade, a criatividade nos arranjos do Afrosambah mexem com “Toda Menina Baiana”, que só quer um “Xodó” pra alegrar o viver nas “Asas do Prazer”. É Gil e Banda Mel numa sequência, véi!, pra depois atacar com o mais puro samba reggae: “Deusa do Amor”, do Olodum. Ainda deu tempo para Alceu Valença, com o gosto e o sumo de Morena Tropicana e de La Belle de Jour. Final apoteótico com Protesto Olodum interpretado por Hilda Furacão, vestida com as cores de Iansã. Os raios e trovões ficaram pra muito depois que o povo foi embora.
O Projeto Baile na Moraes, com Pablo Moraes e Afrosambah, conta com o patrocínio da Bahiatursa e faz parte da programação do Projeto Pelô da Bahia, que integra a estrutura do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia) na promoção da diversidade cultural, de forma acessível ou gratuita, nos espaços culturais do Pelourinho.
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